Sérgio Cabral vira réu por quadrilha, corrupção e lavagem

A Procuradoria da República denunciou o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) por quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, recebeu a denúncia nesta terça-feira, 6.

São acusados na denúncia, além do ex-governador, 12 aliados seus, inclusive sua mulher Adriana Ancelmo – cuja prisão foi decretada pelo magistrado – e ex-secretários de Estado. Os homens fortes de Cabral, durante os dois mandatos, ocuparam cadeiras estratégicas do Governo que teriam sido usadas para movimentar o esquema de arrecadação ilícita de recursos sobre grandes obras do Estado contratadas junto a empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.

Sérgio Cabral foi preso em 17 de novembro na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que desvendou esquema milionário de propinas atribuído ao peemedebista. O peemedebista teria chefiado um grupo que girou R$ 224 milhões em corrupção.

A Procuradoria da República constatou que a organização supostamente chefiada por Sérgio Cabral era dividida em quatro núcleos – econômico, administrativo, financeiro operacional e político.

O núcleo político, afirmam os seis procuradores que subscrevem a denúncia, era formado pelo ‘líder da organização criminosa, o ex-governador Sérgio Cabral’.

O Ministério Público Federal afirma que esta é a primeira denúncia contra o esquema atribuído a Sérgio Cabral. “É necessário esclarecer que, considerando o tamanho e a complexidade da atuação da organização criminosa comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral, no presente momento da investigação, foram produzidas e analisadas provas suficientes ao oferecimento de uma primeira denúncia, englobando, além da imputação de crime de pertinência a organização criminosa, os crimes de corrupção praticados em torno da atuação da Andrade Gutierrez, assim como parcela dos crimes de lavagem dinheiro.”

A acusação apontou para seis obras nas quais teria havido ‘acerto de propina’: expansão do Metrô de Copacabana, reforma do Maracanã para os Jogos Pan-Americanos de 2007, construção do Mergulho de Caxias, urbanização no Complexo de Manguinhos – PAC Favelas, construção do Arco Metropolitano e reforma do Maracanã para a Copa de 2014.

Segundo a Procuradoria, a contratação das obras do PAC Favelas, do Arco Metropolitano e do Maracanã foi realizada ‘mediante a prática de crimes de cartel e fraude à licitação, com acerto prévio dos vencedores, através de determinação ou anuência do governador Sérgio Cabral e dos secretários Wilson Carlos e Hudson Braga’.

Os denunciados

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio
Wilson Carlos, ex-secretário do Governo
Hudson Braga, ex-secretário de Obras
Carlos Miranda
Luiz Carlos Bezerra
Wagner Jordão Garcia
Adriana Ancelmo
Pedro Ramos de Miranda
Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves
José Orlando Rabelo
Luiz Paulo Reis
Carlos Jardim Borges
Luiz Alexandre Igayara

Do Estadão de São Paulo

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