Moradores de Açailândia prestigiam lançamento da Revista “Não Vale”

A publicação é organizada pela Rede Justiça nos Trilhos e fala sobre os impactos do projeto S11D da Vale.
Aos pouco o auditório na Associação Comercial e Industrial de Açailândia/MA (ACIA), foi ficando lotado, moradores de vários bairros da cidade prestigiaram o lançamento da Revista Não Vale, na noite de quinta-feira (25). A publicação é uma produção bianual, da rede Justiça nos Trilhos (JnT) e trata sobre os impactos negativos da mineração para as comunidades tradicionais e meio ambiente, na ótica das populações atingidas.
O evento foi iniciado com a exibição do documentário Desenhando um sonho: a história de luta de Piquiá de Baixo, seguido de uma mesa de debate com participação de Ivonete da Silva do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmem Bascarán, Joselma Alves da Associação de Moradores de Piquiá de Baixo e Lidiane Ferraz e Mikaell Carvalho jornalistas da JnT. A apresentação da revista ficou à cargo da jornalista Lidiane Ferraz no fim da mesa de debate.
Ao término da mesa foi aberto um espaço para que o público presente pudesse fazer suas intervenções e tirar dúvidas. Para Kelvys Martins foi um momento de muita aprendizagem. “Eu gostei muito da revista e aprendi muito sobre a realidade de Piquiá de Baixo, que é bem daqui da cidade e eu não conhecia”.
Essa é a terceira edição da Revista Não Vale e tem como tema “Nos trilhos da resistência: comunidades reagem aos impactos do projeto S11D”. Elaborada com artigos e reportagens que mostram a resistência das populações frente aos impactos negativos (atropelamentos, criminalização de lideranças e aumento das manifestações no corredor de Carajás) do novo empreendimento da Vale S.A.
Os açailândenses ficaram surpresos ao descobrir os impactos gerados pelo setor da mineração nos estados do Pará e Maranhão. “Nossa, eu imaginava a Vale uma maravilha, agora descobri que ela provoca vários impactos em diversas comunidades”, relata o açailândense Jhonatan Polary.
A “Não Vale” tem distribuição gratuita e além de Açailândia também foi lançada em Belém/PA, no Seminário Desastres da Mineração: Pará e Minas. A versão online dessa edição estará disponível para download, a partir de 1º de março, no site da rede Justiça nos Trilhos.

Sobre a revista Não Vale

A revista Não Vale é uma publicação bianual, que tem circulação gratuita. Nasceu da necessidade de divulgar os impactos negativos da mineração no Corredor Carajás, dando voz, principalmente, para as comunidades atingidas pela mineração.

A primeira edição continha seis artigos, com os temas centrais: Privatização da Vale; Mineração no Carajás: balanço de 30 anos; O segredo do sucesso da Vale; Poluição da Vale em São Luís. A segunda edição tinha seis artigos sob o tema “Duplicação do lucro privado e dos impactos coletivos”. Acesse a primeira e a segunda edição.

A terceira edição, que será lançada nesta quinta (25), tem como tema “Nos trilhos da resistência. Comunidades reagem aos impactos do projeto S11D”. Traz artigos e reportagens sobre a resistência das comunidades, os impactos negativos: atropelamentos, criminalização de lideranças e aumento das manifestações.
A Estrada de Ferro Carajás (EFC) corta municípios do Maranhão e Pará e causa inúmeros transtornos à população que reside ao longo da via férrea: atropelamentos, poluição ambiental e sonora, trepidação e rachaduras das casas de moradores e etc.

Sobre a rede Justiça nos Trilhos (JnT)

A rede Justiça nos Trilhos surgiu como uma campanha no final do ano de 2007, por iniciativa dos Missionários Combonianos (congregação da Igreja Católica) que atuam em diversas regiões do Estado do Maranhão. A campanha contou com a rápida adesão de outros grupos e organizações, que continuaram trabalhando e hoje é conhecida como rede Justiça nos Trilhos. A rede assume como prioridade a defesa do meio ambiente e das populações ameaçadas na região amazônica, especialmente aquelas situadas às margens da Estrada de Ferro Carajás. Direcionam atenção para os danos causados aos povos indígenas e aos trabalhadores vítimas de exploração. Trabalha no sentido de envolver prioritariamente três segmentos da sociedade: os movimentos populares e a base da população, o meio acadêmico e as instituições públicas locais. Atualmente a rede conta com uma equipe que trabalha ativamente em parceria com diversas instituições e tem reconhecimento internacional.

Justiça nos Trilhos
Por Mikaell Carvalho

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